Explorando a Rica Cultura de Angola e Portugal
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A Dança da Lua
Tipo de Projeto
Soneto
Data
Setembro 2024
Localização
Idaho, USA
Na quietude da noite, sob o olhar vigilante da lua cheia, Lívia, a guardiã das águas, emergiu do lago. Seu corpo parecia esculpido pela própria natureza, e o vestido que vestia não era feito de tecido comum, mas sim da essência do próprio lago, flutuando e se mesclando com as águas ao seu redor.
A cada movimento, a lua refletia em seus olhos, como se ela tivesse capturado um pedaço daquele astro tão distante. Seus braços se estendiam em direção ao céu, e o vestido de água se desdobrava em cascatas que dançavam com ela, levantando gotas brilhantes que retornavam ao lago como uma chuva de estrelas.
Lívia não era uma mulher comum; era um espírito antigo, uma filha da lua e do lago, destinada a dançar para a lua em noites como aquela, quando o mundo dos homens dormia e os espíritos se reuniam para celebrar a harmonia entre o céu e a terra.
Enquanto dançava, as águas sussurravam segredos em sua língua antiga, canções de eras passadas e de amores esquecidos. A lua, encantada com a visão de sua filha dançando, brilhava ainda mais forte, inundando o lago e a floresta ao redor com sua luz prateada.
Era uma dança sem fim, uma celebração da união entre os elementos. Lívia dançava para a lua, e a lua dançava com ela, num ciclo eterno de luz e água, vida e mistério. E assim, naquela noite mágica, sob o véu do silêncio, a dança da lua se tornou lenda, uma história contada pelas águas e sussurrada pelo vento, ecoando por toda a eternidade.
Soneto
No espelho d’água, sob a lua cheia,
Dança uma ninfa, filha da maré,
Que em noite calma, sem temor ou fé,
Se enlaça à luz que a sombra semeia.
Seu manto d’água, em volta, incendeia,
Cada passo seu a noite em ré,
A lua altiva, que o céu entretém,
Abraça o lago onde a alma vagueia.
Ó ninfa etérea, tua dança inspira,
O astro que em luz teu corpo reveste,
E em cada gesto, teu encanto transpira.
Nas águas calmas, onde a noite veste,
Tua figura, que o silêncio admira,
Eternamente, à lua se investe.