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O Processo de Jesus: Teatro no Clube da Cela

Tipo de Projeto

Histórias da Cela

Data

9/2023

Localização

Idaho, USA

O Processo de Jesus: Teatro no Clube da Cela

Em 1975, eu era estudante na Escola Industrial e Comercial Narciso do Espírito Santo, em Santa Comba, Cela, Angola. Os corredores ecoavam com a empolgação dos estudantes do último ano, ansiosos para criar uma memória que duraria para sempre.

Nesse cenário cheio de sonhos, o Professor Manuel Bento, com um brilho nos olhos, lançou uma proposta audaciosa - encenar a peça “O Processo de Jesus”. Essa não seria apenas uma peça teatral; seria um ato de paixão, dedicação e união que transcenderia o palco.

Nós, os estudantes, com os corações a palpitar, mergulhamos de cabeça no desafio. Era uma jornada intensa de ensaios e aprendizado, onde cada um se dedicava incansavelmente ao seu papel. O elenco se tornou uma família, e a obra de Diego Fabri era nossa história para contar.

Chegou a noite da grande apresentação, e o teatro no Clube Recreativo da Cela estava repleto de expectativa. Amigos, familiares e membros da comunidade se reuniram para testemunhar essa jornada única. As cortinas se abriram, e um silêncio expectante envolveu o público.

Eu, com uma intensidade incomparável, assumi o papel de João Batista. Meu desempenho trouxe à vida não apenas um personagem, mas todo um espectro de emoções. O público se viu imerso na trama profunda sobre a condenação de Jesus, enquanto nós, atores, dávamos tudo de nós.

Quando a última cena chegou ao fim e as cortinas se fecharam, o teatro se encheu de um silêncio reverente. E então, algo mágico aconteceu. O público, como se não pudesse conter mais, explodiu em aplausos estrondosos. As lágrimas de alegria, os sorrisos e a gratidão se misturaram.

O aplauso não parou. Era uma ovação de pé que ecoava pelo teatro e vibrava nos corações de todos os presentes. Os aplausos e elogios continuaram por um tempo que parecia eterno. Foi um momento de puro triunfo, de realização profunda.

A peça não era apenas uma representação teatral. Era a prova viva de que a paixão, a dedicação e a união podem criar momentos que transcendem o tempo. Cinquenta anos se passaram, mas a lembrança daquela noite ainda brilha como uma estrela guia, lembrando a todos que a arte e a amizade podem unir corações e criar memórias eternas.

Detalhes sobre o livro desta peça de teatro:

LIVRO (EX). Publicação original portuguesa da Editorial Aster- Lisboa. Edição em capa mole, (18x12cm), com 132 páginas, incluindo uma foto desdobrável de cena de grupo no Teatro Nacional D.Maria II.

Foram várias as vezes que esta conhecida peça teatral do italiano Diego Fabbri foi levada a cena. Temos conhecimento em1973 do Grupo Mérito Dramático Avintense, e, nove anos depois outro senhor do norte, o conhecido pianista Rui Guedes produziu esta peça juntamente com António Semedo. Quem também colaborou na altura foi Mike Sergeant e até um álbum foi editado pela Orfeu / Arnaldo Trindade. Quanto a este pequeno livro, tem o seu valor documental para quem goste deste género, já que incluiu toda a informação em relação à Companhia que levou pela primeira vez à cena esta peça de 2 actos. Ela foi a Empresa Rey Colaço-Robles Monteiro e as datas foram entre 10 de Dezembro de 1958 e 19 de Abril de 1959. Entre os muitos actores, alguns destaques vão para Amélia Rey Colaço, Mariana Rey Colaço, Varela Silva, Luis Cerqueira, Ema Paul, Catarina Avelar, Jacinto Ramos e Carlos Avilez.

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