Explorando a Rica Cultura de Angola e Portugal

Despertar na Xitaka e a Dança dos Patos na Geada
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Soneto I - O Despertar em XITAKA
Na aurora fria, XITAKA resplandece,
Com véu de geada que cobre a manhã,
O vento sopra e, em cada galho, em vão,
A arte do inverno, em silêncio, obedece.
O lago espelha o céu, o sol esquece,
Nos passos lentos dos patos, tão irmãos,
Ficam marcadas no gelo as suas mãos,
Enquanto o campo em névoa adormece.
Ó pura calma! Teu canto no arrebol
Ecoa em cada folha, em cada olhar,
XITAKA é vida que ao tempo não sucumbe.
E na janela, ao se banhar no sol,
Sente-se a alma em prece contemplar,
Que a paz aqui é eterna, e não se resume.
Soneto II - A Dança da Geada e dos Patos
De brancas vestes, cobre o campo a geada,
Nas tramas finas do arame a brilhar,
Como se o inverno ousasse desenhar
A perfeição que o tempo faz guardada.
Os patos brincam, a água está gelada,
Com passos leves fazem ecoar
O som da vida que insiste em alegrar
O coração da manhã tão delicada.
Ó XITAKA, canto puro e divinal,
Teus gansos erguem-se em nobre rigor,
Guardiões fiéis da paz que aqui se encerra.
E sob a luz, o dia, triunfal,
Espalha raios de um tímido calor,
Em tua alma eterna, mãe desta terra.





