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O Caminho da Independência: A Luta Contínua pela Verdadeira Liberdade Portuguesa

13 de nov de 2024

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Reflexões Sobre o 25 de Abril e o Que Ficou Por Conquistar

À medida que passamos pelo quinquagésimo aniversário da Revolução de 1974 em 25 de Abril de 2024, sinto-me compelido a refletir sobre a nossa trajetória como povo, como país e como cultura que, até hoje, luta para se reencontrar. Para muitos de nós – patriotas, luso-descendentes, sobreviventes do passado turbulento que marcou o fim do império português e a queda de um regime autoritário – o 25 de Abril não trouxe a liberdade prometida. Ao contrário, deixou-nos presos a novos grilhões, encurralados entre ideologias importadas e interesses estrangeiros que persistem em ditar o nosso destino.


Minha Jornada Pessoal: De Angola à Busca Pela Independência Verdadeira

Eu sou um desses sobreviventes. Cresci em Angola, num tempo em que Portugal estava longe de Lisboa e o peso da sua presença era sentido a milhares de quilômetros, nas terras vermelhas de África. Vivi as promessas de um império “civilizador” que, apesar de todas as suas falhas, ainda nutria uma relação única entre portugueses e africanos. Mas em 1974, vi a realidade transformar-se rapidamente num pesadelo. Naquele ano, o golpe que muitos consideraram uma libertação trouxe consigo um novo tipo de subjugação, uma transição que muitos de nós perceberam não como um passo em direção à liberdade, mas sim como um salto para o desconhecido e o caos.


O Ciclo de Dependência: De Salazar ao Neoliberalismo

Ao longo das décadas que se seguiram, testemunhei Portugal passar de um regime opressor a outro, cada um com a sua bandeira e promessas de redenção. Mas a verdade amarga é que, enquanto nação, ainda não tomámos as rédeas do nosso próprio destino. Continuamos presos, ora ao fascínio comunista, ora à dependência da União Europeia, ora ao peso de um neoliberalismo que nos vende a ilusão de progresso enquanto esvazia o país dos seus recursos, da sua gente, da sua alma.


Um Chamado Para a Independência Autêntica

A minha experiência pessoal – de luso-angolano assimilado e imigrante nos Estados Unidos – ensinou-me o valor da liberdade genuína. Aprendi que a verdadeira independência não se alcança através de discursos vazios ou de alinhamentos ideológicos impostos de fora. A independência autêntica começa dentro de cada um de nós, enraizada num profundo amor pela nossa terra, pela nossa cultura, pela nossa história e pelo nosso povo. É esta visão que quero partilhar convosco, meus compatriotas, e com todos os luso-descendentes que, como eu, continuam a lutar pelo direito de definir o que significa ser português.


Portugal na Encruzilhada: Construindo um Caminho da Independência

Hoje, Portugal enfrenta uma encruzilhada. Após quase cinco décadas de transformações, o que precisamos não é de mais discursos ideológicos ou de promessas de prosperidade vindas de Bruxelas, Washington ou qualquer outro centro de poder estrangeiro. O que precisamos é de um “Caminho da Independência,” um caminho que só nós, portugueses, podemos trilhar. E trilhar este caminho exige coragem para nos desvincularmos dos interesses externos, dos pactos de conveniência e das amarras culturais que nos foram impostas ao longo de séculos.


Resgatar a Essência Portuguesa e Agir Para o Futuro

Para mim, este Caminho da Independência começa com o resgate da nossa identidade. Precisamos urgentemente de reencontrar a nossa essência, aquela mesma essência que nos levou a conquistar mares e a fundar cidades em terras longínquas. Essa coragem, essa sede de descobrimento, não pode ser reduzida a meros feitos históricos. É uma herança viva, um legado que pulsa em cada português e luso-descendente e que, cinquenta anos depois do 25 de Abril, espera ser redescoberto e reintegrado na nossa visão de futuro.


Ações Concretas para uma Verdadeira Liberdade

Esta não é uma luta apenas no campo simbólico; é uma batalha que exige ações concretas. Precisamos de reavaliar as nossas políticas económicas, de reinvestir em setores produtivos que fortalecem o nosso país, e de criar um sistema educativo que celebre a nossa cultura e história sem pedir desculpas. Precisamos, sobretudo, de uma política externa que priorize os interesses de Portugal e não os de outros, e que nos permita ser protagonistas, e não meros espectadores, no cenário global.


A Nossa Luta Continua: O Chamado à Ação

Aos meus compatriotas que sentem, como eu, o peso de meio século de promessas vazias, deixo esta mensagem: a nossa luta ainda não terminou. Nós, que fomos testemunhas e vítimas das ilusões do passado, somos também os guardiões da possibilidade de um Portugal verdadeiramente livre e soberano. Não permitamos que nos privem da nossa essência, que nos ditem quem devemos ser ou a que interesses devemos servir. Portugal é maior do que qualquer regime, maior do que qualquer ideologia. A nossa força reside na nossa capacidade de nos erguermos, uma e outra vez, apesar de todas as adversidades.


Que cada um de nós possa, à sua maneira, contribuir para este Caminho da Independência. Que tenhamos a coragem de questionar, de resistir e de sonhar com um Portugal que não deve nada a ninguém, que é fiel a si próprio e que se compromete com o bem-estar do seu povo acima de tudo. Essa é a verdadeira liberdade que ansiamos, e é a luta que vale a pena continuar.

E assim seguimos, com orgulho e determinação, caminhando juntos rumo a uma nova era de independência – uma independência que começa, primeiro e acima de tudo, nos nossos corações e nas nossas mentes.


Chamado aos Heróis do Mar

Oh heróis do mar, a quem destino chama,

Erguei-vos firmes, com força e tenacidade,

Em luta justa, pela nossa liberdade,

Que o tempo exige que o valor se inflama.


Quebrai as correntes, o jugo que se trama,

Em solo livre sem falsa caridade,

Em nome da pátria, da sua identidade,

Na esperança eterna que em nós se clama.


Ao som das ondas e do vento audaz,

Que a história escreva este momento raro,

De um povo unido, destemido e tenaz.


Portugal, teu fado ergue-se claro,

À frente dos filhos que o futuro traz,

Fiéis a ti, sem medo e sem reparo.


Força e Liberdade Total



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